quarta-feira, 11 de maio de 2011

6º Capítulo :)

   - O que que estás aqui a fazer ? - perguntou o meu tio.
   - Como é óbvio, venho buscar a minha filha.
   - Tu, desde a morte da minha mãe, que não quises-te saber mais de mim. Saí de casa Quarta-feira, e até agora, nem sequer me ligas-te. E aí se vê a importância que me dás.
   - Eu bem sabia que era isso que querias. Querias que eu fosse atrás de ti. Chega de fingimentos, só estás te a fazer de coitadinha.
   - Pelo vistos estás redondamente errado. Eu ao contrário do que tu pensas só quero distância de ti. E se me conhecesses sabias que nunca na minha vida me fiz de coitadinha.
   - Vai-te embora, Francisco. Já fizes-te estragos suficientes. - pediu o meu tio ao meu pai.
   - Isto foi sempre o que quises-te, não é ? Nunca conseguis-te ter filhos, e sempre quises-te ser pai da Joana. Vá admite.
   - Está calado, tu não sabes de nada. Sim, a Joana sempre foi uma pessoa super importante para mim, sempre a considerei minha filha. Mas como é óbvio, nunca quis que isto acontecesse. Tu sim és culpado por esta situação toda. Mudas-te completamente, e tu és o único que não vê isso. Não sabes do teu filho há 2 meses e nunca te preocupas-te em procurá-lo. Muito tens que agradecer a Joana por ela ter aguentado este tempo todo. Tu não sabes dar valor as pessoas. E agora, por favor, saí daqui.
   - Sempre foste o filho mais calminho, o mais favorito, já nem tenho paciência. e sim, eu vou sair, mas vou voltar quando menos esperarem, mas da próxima vez vou levar a Joana, por isso aproveitem bem o tempo que vos resta.
     E com esta última frase, ele foi-se embora, deixando a dúvida no ar. Será que ele vai mesmo voltar ? Pois, teríamos que esperar para saber.
   - Joana, não te preocupes. Vou pedir para acelerar o processo. E ele aí não poderá fazer nada. Nós cuidaremos de ti.
     Eu não consegui responder, simplesmente, abracei-o. eu não queria separar-me deles. Eu não podia. O que que o futuro me reservava ?
   - Vá querida. Precisamos de nos distrair. E que tal formos montar a mobília ?
   - A mim parece-me óptimo.
     Acabámos de montar tudo e de decorar eram 21h45. Fomos até bem rápidos. Trabalhamos bem os 3 em conjunto. O quarto ficou simplesmente fantástico, muito melhor do que daquilo que eu tinha imaginado. A minha tia e o meu tio estavam a fazer o jantar enquanto eu acabava de arrumar as roupas novas, os sapatos novos, e a alguma maquilhagem nova nos seus devidos lugares. O meu armário já estava cheio. A minha tia era mesmo maluca, mas eu adorava-a. Estava a arrumar alguns livros na estante quando o meu tio me veio chamar para jantar.
   - Ai desculpa, assustei-me. Estava aqui entretida a arrumar os livros.
   - Não te queria assustar. A tua tia está te a chamar para jantar. Borá lá, antes que ela enlouqueça.
   - Pensei que ela já era louca. - disse eu a rir-me.
   - Pois é, tens razão. - concluío o meu tio, acompanhando-me no meu riso. - Morango, aconteça o que acontecer, quero te ver sempre com esse sorriso na cara. Estamos combinados ?
   - Vou tentar. - dito isto começámos a caminhar em direcção às escadas que dão a acesso ao piso onde está a cozinha. Mas eu ainda tinha uma coisa para perguntar, era uma duvida que estava na minha cabeça, já há algum tempo. - Tio sabes alguma coisa do meu irmão ?
   - Eu liguei-lhe ontem, para ver se conseguia falar com ele, e até consegui. Ele disse que estava bem, e perguntou por ti, e eu disse-lhe que estavas aqui em casa, e o motivo. Disse-lhe para falar contigo, e ele disse que não podia. Não te queria fazer sofrer. Ele diz que assim é o melhor para ti. - Assenti. Tinha bastantes saudades do meu irmão, mas já estava contente por saber que ele estava bem, pelo menos isso. Se ele não estava preparado para voltar, eu não o iria julgar. Ele tem todo o  direito em querer refazer a sua vida noutro local qualquer. E eu iria esperar.

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